O Pequeno Príncipe e suas lições
- Rosianne Couto
- 22 de jun. de 2015
- 3 min de leitura

“A gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixou cativar...”
Bem, para dar início a este ‘novo projeto’, escolhi falar sobre a AMIZADE. Como é um blog pessoal, não vou me importar em compartilhar com vocês as minhas experiências (e rotinas) diárias acerca dos assuntos que eu abordar por aqui, okay?!
[um suspiro profundo para criar coragem em remexer feridas]
Voltando a frase inicial, tenho certeza de que o livro ‘O Pequeno Príncipe’ já fez parte de algum momento da sua vida (ou faz até hoje, como é o meu caso). Independente da idade, a obra de Antoine Saint-Exupéry, nos traz reflexões sobre amor, dinheiro, poder, trabalho e, claro, o assunto que (estou enrolando) vou abordar: a amizade.
Quando nos permitimos ser cativados por alguém, estamos nos desprendendo de sentimentos como o egoísmo... Passamos a olhar com gratidão, cuidado e responsabilidade o outro e queremos que este alguém faça o mesmo pela gente. Não, isso não é interesse... É reciprocidade! E quando isto não acontece, dói, machuca, magoa... Nos faz mesmo chorar!
Ao folhear as páginas do livro, dependendo da ‘fase’ que estiver passando, você poderá interpretar as citações de inúmeras formas. Trago algumas (bem conhecidas, até) que, desde a primeira vez que tive contato com o ‘menininho do cabelo dourado’ são minhas preferidas:
“Foi o tempo que dedicaste à tua rosa que a fez tão importante” – amizade é dedicação. Quem não gosta de saber que há quem se importe com teu dia-a-dia? Quem não sente falta de ter com quem rir relembrando momentos já vividos? No dicionário, dedicação aparece como ‘expressão de amor’ e, como diz a música cantarolada por Lulu Santos, toda forma de amor é justa;
“O essencial é invisível aos olhos” – preciso mesmo justificar??? Vocês já viram por aí, atravessando a Djalma ou andando pelo Centro de Manaus, o amor, a gratidão, o perdão e tantos outros bons sentimentos? A gente os sente e quando nos damos conta, não conseguimos mais viver sem tê-los por perto.
“As pessoas já não tem tempo de conhecer nada. Preferem comprar tudo pronto nas lojas. Como não existem lojas que vendem amigos, as pessoas não têm mais amigos” – é a vida perdendo o sentido e virando um jogo de interesses que eu nunca vou aceitar. Pior é saber que tínhamos pessoas por quem dávamos a vida que, hoje, se ‘vende’ por bons passeios, posição no mercado de trabalho ou tantas outras coisas né?! Eu sempre vou optar pela amizade desprovida de interesses... Quero um amigo comigo nos camarotes do Carnaval de Salvador, mas também o quero comigo comendo pão com ovo ou rodando de busão até a Ponta Negra;
“É bem mais difícil julgar a si mesmo do que julgar os outros. Se conseguir julgar a si mesmo, provará que é um verdadeiro sábio” – apontar o dedo para o outro é sempre mais fácil, né mores? Foi assim com a prostituta que, graças a intervenção de Jesus, não foi apedrejada... É assim (e sempre será) quando não nos colocamos no lugar do outro. Enquanto não procurarmos saber seus medos, seus anseios, suas dores, sempre vamos achar nossos problemas maiores que de todo o resto e seguir sendo individualistas.
Quando o principezinho encontra a raposa e, esta, o diz que é responsabilidade dele cativá-la, nos damos conta do quão ruim é virar ‘gente grande’ e ir, aos poucos, deixando de lado valores que deveriam nortear nossos caminhos. Que a gente possa voltar a sentir ‘o perfume de uma estrela’, que possamos ‘ouvir a voz de uma flor’ para que tenhamos, de fato, o discernimento do que é essencial em nossas vidas e, sobretudo, para que permitamos ser cativados.
“- E o que quer dizer cativar?
- É uma coisa muito esquecida. Significa criar laços!”
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